Memórias de um pobre homem tem nove capítulos, em 127 páginas predominantemente manuscritas, em que o escritor gaúcho Dyonelio Machado utiliza os mais variados tipos de papel rascunho, rabiscos e correções à tinta, a lápis, caneta vermelha, azul, preta. “Escrevia com o que lhe estava à mão.
O estilo é inconfundível: a narrativa enxuta, substantiva, permeada de marcas irônicas, de afetividade ou contundência, conforme o desfilar dos fatos”, explica Maria Zenilda Grawunder na apresentação na primeira edição (IEL/RS, 1990), agora apresentada em segunda edição (Libretos, 2025).
Em Memórias..., Dyonelio rememora as lembranças mais caras de seus primeiros tempos de vida literária, com a descrição de momentos que vão desde a sua estreia na ficção, em 1927, até sua prisão e vida política, textos plenos de conceitos sobre a criação literária, sociedade, experiência parlamentar, política e filosofia.
A operação e resgate do texto exigiram atualização ortográfica, notas de rodapé, atualização de bibliografia de DM. Foi mantida a forma de pontuação e de grifos, no estilo peculiar do escritor para acentuar nuances e conotações a frases ou palavras.
Novidade, na segunda edição (Libretos, 2025): a inclusão do conto “Noite no acampamento” (Um pobre homem, Dyonelio Machado, Globo de Porto Alegre, 1927), publicado na Revista do Globo, em 1942.