Dona Isabel Bohrer sempre foi uma viajante, desde sua juventude, quando esteve em alto mar com a turma de um colégio de freiras, Na idade adulta, após ter criado seus filhos, nunca mais parou. Agora que completará 90 anos de idade, nos faz viajar junto com ela, em seu livro Onde está Isabel? Com 89 anos, em 13 de junho, no fim de semana dos namorados, ela comemora com a a publicação de suas viagens preferidas com outro presente: a renda obtida na venda deste livro foi destinada à Casa de Apoio Madre Ana da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Depois de conhecer 360 cidades em 42 países, já pode agora relembrar os dez melhores trajetos, seus eleitos, levando o leitor pela mão. Como diz a jornalista e escritora Cláudia Laitano, na apresentação do livro: “Isabel Bohrer sempre morou em Porto Alegre, mas seu segundo endereço era qualquer ponto do mapa-múndi para onde sua curiosidade a levasse. Este livro reúne uma pequena seleção dessas jornadas, escolhidas com carinho por uma viajante com o olhar e o coração sempre abertos para a vastidão do mundo e a grandeza da experiência humana.” O livro traz 320 fotografias, a maioria feitas por Isabel, caracterizando os registros que a autora veio realizando ao longo de mais de 50 anos. Isabel transitou pelo mundo em navios, caminhões, aviões, riquixás, barcos, camelos, elefantes e até balão. A primeira aventura, que revelou seu gosto pelo desconhecido, foi em 1950, à bordo do navio Dom Pedro II, para a Europa. Ela tinha apenas 18 anos. Após a maturidade, a faculdade de sociologia na UFRGS e a criação de seus filhos, ela retornou à prática de conhecer mundo e não parou mais. Neste livro, Isabel Bohrer aborda trajetos como União Soviética, terras do Himalaia, Turquia, Paquistão, Iemen, Chipre e Grécia, dentre outros. Escolheu destinos insólitos, desafiou fronteiras (muitas delas abriam-se aos estrangeiros pela primeira vez). No entanto, Isabel não fazia turismo. Sentia-se mais exploradora de culturas e costumes. Suas fotos destacam o povo, diferentes rostos e sorrisos, vielas, geografia exuberante, montanhas, campos e mares. É como conhecer um outro mundo e bem de perto.
Isabel foi precursora. Seguiu seu instinto e pode, hoje, apreciar sua coleção de entardeceres.
No ensaio fotográfico de Marco Nedeff, no escritório da autora, em Porto Alegre, Isabel apresenta seus relatos, escritos, lembranças em centenas de slides, fitas, mídias diversas, cartões e cartas muito bem organizadas. Revivendo os trajetos e a emoção, devolve agora suas memórias em uma forma de carinho aos que necessitam. A Casa Madre Ana acolhe pacientes e familiares que vêm do interior do RS e de todo o Brasil para tratamento médico na Santa Casa e não têm condições de se manter durante a sua estadia na Capital. Em 5 anos, mais de 4 mil pessoas já foram recebidas pela Casa de Apoio.