Zeca, ou José Antônio Gerbase, era engenheiro, mas nas horas vagas, fotografava. Tinha um sonho. Fazer um livro. Todos admiravam seu trabalho e o estimulavam, porém faltou tempo. Faleceu em 2020, durante a pandemia do coronavirus. Seu livro foi composto e organizado pela família Gerbase e reproduz a atmosfera visual natural e urbana que caracterizava o trabalho imagético de Zeca, agora reconhecido como desejava: um fotógrafo.
Nas palavras de seu irmão mais conhecido, o cineasta Carlos Gerbase : "José Gerbase Filho – para nós, Zeca... foi um artista que previu este pequeno livro que agora está aí, na praça. São 60 fotos selecionadas, e reunidas em capítulos: Zeca e a cor; as montanhas; São José dos Ausentes; Santa Catarina e Porto Alegre. As escolhas temáticas do Zeca são barcos e aves. Creio que são importantes e inconscientes: barcos e aves estão sempre viajando, navegando, voando. Se a natureza de São José dos Ausentes, com seus morros milenares e árvores seculares, tem uma beleza em lenta mutação, pelo jogo diário da luz do sol e pela passagem das estações, barcos e aves movimentam-se com dinâmica rapidez, como os carros que Zeca gostava de dirigir em trilhas que exigiam tração nas quatro rodas. Nesse contraste entre uma vida ligada à natureza e uma busca paralela da velocidade e da eficiência das máquinas está, quem sabe, uma das chaves para compreender o Zeca como ser humano".